Exposição Itinerante
Ecoteca de Mirandela
7 de junho a 9 de setembro de 2024
Quando nos mudámos dos Países Baixos para Portugal, em 2000, muito mais do que a nossa morada mudou. A mudança de ambiente foi muito importante: da grande cidade de Utrecht para o campo, vivendo entre vinhas e olivais, com vista para o maravilhoso rio Douro.
A minha obra visual foi imediatamente inspirada pela abundância de formas que a natureza tinha para me oferecer. Tudo o que encontrei nas minhas caminhadas revelou-se útil e poderia ser processado em novos objetos. Foi assim que surgiu o meu método de trabalho atual.
Recolho todas as partes possíveis de plantas e árvores, ninhos e pedras e procuro formas possíveis de as preservar. Muitas vezes pinto-as com cores vivas, porque simplesmente adoro cor. A natureza dá-me as mais belas formas, e eu, respeitosamente, devolvo novas formas.
Também o faço com as velhas cápsulas de estanho de garrafas de vinho. Já têm cor, mas o material é fácil de moldar e pode ser reutilizado de muitas maneiras.
O mesmo processo tem lugar na instalação "Going On". Cada objeto contém coisas que eu guardei ou encontrei na minha vida. Decorados e colocados sobre um tripé, ganham uma nova vida. São memórias tangíveis e a coleção ainda está a crescer.
O fio de cobre combina perfeitamente com materiais naturais. Tem uma cor quente e é facilmente dobrável. Isto cria espaço. O fio fino é adequado para fazer croché ou tricotar, o fio mais grosso que muitas vezes bato em tiras planas.
Um novo trabalho começa com a experimentação de materiais. Penso em novas formas e, ao trabalhar, surgem outras ideias que não apenas estéticas. Os temas que frequentemente regressam são a segurança, a proteção, o desejo de liberdade. Também a indefinição de grandes números retorna frequentemente.
Muitas das obras aqui expostas podem ser vistas como uma ode à Natureza e à região do Douro. É por isso que estou muito feliz por o Museu do Douro me dar a oportunidade de mostrar este trabalho a todos, mas especialmente aos Durienses.
Leni van Lopik
When we moved from the Netherlands to Portugal in 2000, much more than our address changed. The most important was the change of scenery: from the big city of Utrecht to living in the countryside between vineyards and olive groves, overlooking the beautiful river Douro.
My visual work was immediately inspired by the abundance of forms that nature had to offer. Everything I found on my walks proved to be useful for processing into new objects. This is how my current way of working came into being.
I collect all possible parts of plants and trees, nests and stones and look for potential ways of preserving them. I often paint them in bright colours, because I simply love colour. Nature gives me the most beautiful forms, and I, respectfully, give back new ones.
I also do this with the old tin capsules of wine bottles. They already have colour, but the material is easy to shape and can be reused in all sorts of ways.
The same process takes place in the installation "Going On". Each object contains things that I have kept or found in my life. Decorated and placed on a tripod, they get a new life. They are tangible memories and the collection is still growing.
Copper wire combines beautifully with natural materials. It has a warm colour and is easily bent. It creates space. The thin wire can be crocheted or knitted, the thicker one I often beat into flat strips.
A new work starts by experimenting with materials. I think up new forms and while working, ideas other than just aesthetics emerge. Themes that often recur are security, protection, desire for freedom. Also the elusiveness of large numbers often recurs.
Many of the works exhibited here can be seen as an ode to nature and to the Douro region. Therefore I am happy that the Museu do Douro gives me the opportunity to show this work to everyone, but especially to the people of the Douro.
Leni van Lopik