Museu do Vinho de S. João da Pesqueira
14 de dezembro a 10 de janeiro de 2023
Exposição comissariada pelo Museu do Douro, numa parceria com a Câmara Municipal de Vila Real e o Museu da Vila Velha, que pretende dar a conhecer a arte do barro negro de Bisalhães, reconhecida pela UNESCO como património imaterial da humanidade desde 2016. A mostra, e o respetivo catálogo, centra-se na comunidade de oleiros, testemunhando aspectos da sua vida e contexto familiar, associando-o a peças, objetos e imagens. As mãos de Bisalhães têm uma história, um percurso dentro da comunidade que se deve conhecer para melhor salvaguardar a arte, um saber-fazer ancestral que se faz e transmite com as mãos.
Aproveitando esta oportunidade, o Museu exibe as peças de olaria de Bisalhães existentes na sua coleção.
Hands that make Bisalhães
Ends may 23rd
Exhibition curated by Museu do Douro, in a partnership with the City Council of Vila Real and the Vila Velha Museum, which aims to make known the art of black pottery from Bisalhães, recognised by UNESCO as Intangible Heritage of Humanity since 2016. The exhibition, and the catalogue, focuses on the community of potters, witnessing aspects of their life and family context, associating it with pieces, objects and images. The hands of Bisalhães have a history, a journey within the community that should be known to preserve the art, an ancestral know-how that is made and transmitted with the hands.
Taking advantage of this opportunity, the Museum exhibits the pottery pieces from Bisalhães in its collection.
Mãos que fazem Bisalhães
A arte da olaria negra teve uma singular expressão no Norte de Portugal, conservando-se ainda na aldeia de Bisalhães (Mondrões, Vila Real). Esta tradição do barro, classificada pela UNESCO como património imaterial da humanidade, nasce das mãos de hábeis oleiros, cujo conhecimento foi transmitido ao longo de gerações dentro da comunidade.
É uma arte feita em família, em que todos os membros participam e transmitem o saber-fazer, de mão em mão, de pais para filhos, de avós para netos.
Cada oleiro desvenda através das mãos a sua história de vida e da sua linhagem, que é afinal a memória da louça preta de Bisalhães.
Hands that make Bisalhães
The art of black pottery had a unique expression in the North of Portugal, and is still preserved in the village of Bisalhães (Mondrões, Vila Real). This clay tradition, enlisted by UNESCO as an Intangible Cultural Heritage of Humanity, shaped by the hands of skilled potters, whose knowledge was passed down through generations within the community.
It is an art made in the family, in which all members participate and transmit the know-how, from hand to hand, from parents to children, from grandparents to grandchildren.
Each potter reveals through his hands his life story and his lineage, which is, after all, the memory of the black pottery of Bisalhães.
Os oleiros
Atualmente vivem em Bisalhães seis oleiros com atividade documentada. É um número de artífices bem longe das dezenas registadas em meados do século XX. Na sua maioria têm mais de 80 anos e apenas um dos mais jovens se dedica à arte a tempo inteiro. A estes homens junta-se a sua família, a mulher, os filhos e uma rede de parentesco dentro da aldeia, que se estende por várias gerações. Todos se conhecem, mas cada um trabalha e interpreta as formas e as decorações ao seu jeito.
The Potters
Currently, six potters with documented activity live in Bisalhães. This is a number of craftsmen far from the dozens recorded in the mid-twentieth century. Most of them are over 80 years old and only one of the youngest is dedicated to the art full time. These men are joined by their family, wife, children and a kinship network within the village, which spans several generations. They all know each other, but each one works and interprets the shapes and decorations in their own way.